Escolhas Difíceis

          Por mais que tentemos, por mais que não nos deixemos abater... em algum momento, só nosso esforço não basta para defender àqueles que dependem de nós, que amamos e protegemos.

          Eu e a Ju tomamos uma decisão difícil e a colocamos em prática hoje. Estamos passando por um momento familiar bastante complicado e delicado; temos uma filha que está enfrentando o TOC e suas consequências terríveis. A família está junto com ela, mas nossa condição financeira não está permitindo dar continuidade ao tratamento de modo eficaz.

          Compartilhei essa dificuldade com os amigos e conhecidos, na esperança de conseguir alguma ajuda. Remédios ou dinheiro: é isso que precisamos. Vencemos o receio de expor a situação dela, de magoá-la, deixamos de lado o constrangimento de ter que pedir ajuda às pessoas. Nesse momento, percebemos que as difíceis escolhas que temos em nossa vida definem, ou demonstram, o quanto somos comprometidos com as pessoas que amamos, com as coisas que nos são importantes.

          Eu não gostaria de ter que depender de outras pessoas para cuidar de minha filha, mas é o que preciso fazer nesse momento. Preciso pensar na outra filha, menor, que está sendo afetada por toda a situação. Preciso apoiar a Ju, que só tem a mim nessa hora. E preciso ignorar meu orgulho e tirar forças do fundo do coração para trilhar essa senda.

          Escolhi estar com elas, amando a mãe das duas; nosso caminho está tortuoso, com muita dificuldade; agora, mais do que nunca, teremos que ter paciência e torcer para que o apelo dê resultado, nem que seja por um tempo, o suficiente para que as coisas se acertem financeiramente. A parir daí caminharemos sozinhos de novo.

          Mas até lá, ficaremos juntos e com muita paciência vamos vencer uma semana de cada vez.