quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Postura de Professor

    É preciso saber portar-se perante uma turma de alunos. Postura de professor é fundamental, na tentativa de não misturar as coisas. Afinal, tenho que ensinar um conteúdo, uma matéria, uma forma de conhecer. Mas é possível isso, sem necessariamente deixar de estar próximo dos alunos?
     Penso que sim. Na verdade, já pude provar mais de uma vez  que é perfeitamente aceitável ser um professor tranquilo, que fala gírias próprias ao aluno, que sabe de seus costumes, que usa e mostra que sabe sobre a internet, que gosta de coisas que eles  gostam... tudo isso sem perder o foco, sem deixar de passar à eles a ideia de que ali ainda está um professor.
     Eu ensino em uma sala de aula por estar, teoricamente, habilitado para tal. Fui eu que aprendi didática, teorias pedagógicas, psicologia da educação, fiz estágios, debati e aprendi formas de me expressar. É minha função fazer com que os alunos se interessem pela aula, se tornem indivíduos capazes de acompanhar o conteúdo; sou eu que posso entender as interações entre professor-aluno e corrigir possíveis problemas.
     Ou seja, é preciso POSTURA. Uma maneira própria e dinâmica de se comportar em sala de aula. Não acredito que um conteúdo seja difícil de trabalhar ou que não deva ser trabalhado. Não acredito que existam alunos despreparados para a Filosofia. Uma crença nesse sentido me tornaria um historiador ou um sociólogo, não um filósofo; não posso ensinar filosofia se achar que existem assuntos ou filósofos que não devam ser trabalhados, que existem métodos que devem ser ignorados em prol de uma aula  mais convencional.
     O que penso é que isso só ocorre com professores despreparados, engessados, enquadrados em um esquema de aula repetitivo. Claro, dar aula para diversas turmas é cansativo e exige mudanças no plano para se adequar a cada perfil de aluno. Mas é perfeitamente possível, se levarmos em conta toda a preparação que se tem, a didática e conhecimento do que quer se passar aos alunos.
     Eu sempre cumpri meus planos de aula, apesar de adequá-los às turmas. Não posso aceitar que uma aula deva ser abandonada por causa dos alunos e suas demandas. Aceito adequação, não desistência por comodidade.
     Se eu, como filósofo, não desacomodar os alunos, não questioná-los, não exigir uma postura deles também, não tentar fazê-los pensar,... então devo desistir desse título e me tornar apenas mais um educador clássico. É o filósofo que deve buscar o saber, derrubar opiniões e sacudir os alicerces das crenças dos seus alunos. Não o contrário.

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