Nervosismo

          Todo início de semestre é meio tenso, mas esse é especialmente cheio de expectativa: é meu último na PUC!

          Se tudo der certo esse é meu último semestre como graduando em Filosofia, sendo que devo em seguida, assumir a vaga que conquistei via concurso no magistério do Estado do RS. Por isso, acho perfeitamente compreensível estar um pouco ansioso, nervoso e, de certa forma, experimentando uma saudável antecipação de todos os fatos que estão para mudar.

          Eu sou favorável a mudanças, gosto de saber que posso ter condições de alterar minhas escolhas, conhecer coisas novas. Esses próximos meses serão de muitas novidades, incertezas e desafios e tenho certeza de que estou pronto a enfrentá-los. A vida tenta nos derrubar e testar inúmeras vezes; estive em maus lençóis recentemente e graças aos meus inúmeros amigos, familiares e o apoio incondicional de minha esposa, estou aqui pronto para o que vier.

           No entanto, tenho sofrido de insônia. Noites acordado, sem vontade de dormir e lembrando de Nietzsche, livros e ABNT. Repassando antigos ensinamentos dos professores, imaginando como serão as aulas nessa semana, como está minha rotina maluca de horários. Fico pensando que seria muito útil um laptop a essa altura do curso.

           As vezes não sei porque escrevo um blog. Acredito que no futuro eu vá reler e achar ridículo ou que não penso mais assim. Que seja. Mas eu poderei ter um registro de que nesse momento da minha vida eu estava ansioso, nervoso. Lembrarei para sempre das escolhas que me trouxeram aqui, dos muitos desafios para poder me formar, dos grandes pensadores que tive o prazer de ler, dos grandes amigos que tive o privilégio de conhecer na Filosofia. 

           Das inúmeras coisas que podem dar errado nesses meses, só uma tragédia total me tira o diploma, a vaga de professor e a alegria de iniciar uma carreira aos 36 anos de idade. Estou pronto e sei disso, mas por que é tão difícil evitar essa sensação de ansiedade?